sábado, 9 de fevereiro de 2008

Radar



Intimado: Tarcísio Almeida
Ofício: designer
Objeto: O Corpo



Breve resumo da pesquisa do designer, com recorte para a nova coleção inverno 2008 nomeada O Rinoceronte a ser apresentada no Dragão Fashion em Fortaleza em maio/abril e que terá desfile produzido pela D'Malicuia.



O rinoceronte - fecundação

Discutir as questões ligadas ao corpo moderno, vem se tornando um processo urgente. Tal situação é acentuada ainda mais quando fazemos referência aos processos criativos e ao trabalho diário do criador. Quando resolvo tocar nas relações tangentes ao corpo, falo muito mais de uma análise panorâmica (e breve já que trato de uma exposição introdutória) a respeito da evolução dos ideais de corpo dentro da modernidade. Concordando com o fato de que apenas com a chegada do século XX e todas as alterações que as tecnologias, revoluções, avanços e “ismos” trazem o corpo enquanto objeto, fato, parte de um processo. Ele começa a ser percebido como um organismo não mais vinculado estritamente às questões do intelecto... Ou seja, o corpo não se torna mais meramente representação ou resquício de uma estrutura de pensamento, ele manifesta-se agora como a estrutura, a questão, o fato. Daí podemos constatar inúmeras alterações trazidas com ma modernidade que legitimam tal afirmação como, o aparecimento da mídia, da propaganda, de um ideal de futuro... O corpo entra agora como elemento desse processo de vivencia do mundo moderno, elemento que vai ser usado como veículo e matéria – “O corpo coisa”.Notamos então, uma preocupação em avaliar essas questões a partir de uma perspectiva da imagem e da identidade visual. Quando admitimos tal comportamento e foco que o corpo passa a adquirir com a evolução do séc. XX, presenciamos o crescimento do comportamento das individualidades como identidades visuais. A moda, as perspectivas de beleza, o ícones modernos, os estilos... Todos comprovam essas teorias, porque são caminhos de análise social que cresceram em função dessa constatação maior a qual proponho.Discurso de um corpo em desequilíbrio.Dessa forma, a proposta é permitir uma nova possibilidade de percepção dos sujeitos e objetos (subjeto), nas quais o corpo incorpora essas relações tornando-se coisa. Forma e conteúdo. Dessa forma, não se trata mais de um mecanismo que produz uma arte/corpo apensas de suporte ligados às materialidades, mas de criações que privilegiam o processo como um evento a ser vivido. Citando Foucault em seus relatos, termino: “Os regimes de poder são conhecidos pelo modo como oprimem, manipulam e constroem o corpo humano. Uma visão construtivista do corpo compreende uma serie de reações à construção e reconstrução do corpo humano na sociedade de consumo, seu imaginário visual, seus discursos e enunciações”.

almeida.tarcisio.blogspot.com

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